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O Acordão! O que será que a família Bolsonaro prometeu para Trump?

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O Acordão! O que será que a família Bolsonaro prometeu para Trump?

Deus acima de Trump!

As semelhanças entre Jair Bolsonaro e Donald Trump são muitas, especialmente na forma como ambos utilizam o nome de Deus para justificar discursos conservadores — e, por vezes, de cunho autoritário e fascista.

No Brasil, o bordão bolsonarista “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” é uma apropriação do lema da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército. Nos Estados Unidos, Trump seguiu caminho semelhante ao usar expressões como: “Jesus é meu salvador, Trump é meu presidente.” Ambas as frases operam como ferramentas retóricas para mobilizar uma base religiosa e nacionalista.

O discurso religioso adotado por Bolsonaro e Trump também tem servido como arma para atacar pautas LGBTQIAPN+, raciais, acadêmicas e científicas. Trata-se de uma aliança discursiva que pretende deslegitimar direitos humanos e políticas de inclusão sob o pretexto da moral cristã e do “patriotismo”.

O patriotismo estadunidense e o ataque ao PIX

Criado em novembro de 2020 pelo Banco Central do Brasil, o sistema PIX revolucionou as transações financeiras no país, reduzindo o uso de cartões de crédito de grandes bandeiras como Visa e Mastercard, além de impactar negativamente os lucros de gigantes como Apple, Google e Meta — empresas intimamente ligadas ao Governo Trump e aos interesses econômicos dos EUA.

O Brasil está entre os países que mais utilizam redes sociais dessas corporações, o que reforça sua dependência digital. Diante disso, o sucesso do PIX representa uma ameaça à hegemonia tecnológica norte-americana. Não por acaso, há reações contrárias ao sistema brasileiro por parte de representantes dos EUA, que alegam que o PIX pode ferir interesses e até mesmo a “soberania” brasileira — uma inversão irônica e preocupante.

Família Bolsonaro: poder, impunidade e conexões internacionais

Para Jair Bolsonaro, seus filhos e aliados, escapar da Justiça, manter relevância política e reconstruir seu capital de poder são objetivos centrais. Para Trump, por sua vez, ataques ao Brasil servem para desviar a atenção da opinião pública internacional dos escândalos e retrocessos de sua própria gestão.

Na pauta ambiental, essa parceria também se revela nociva. Durante o governo Bolsonaro, o desmatamento da Amazônia aumentou 60%. Autoridades como Ricardo Salles (ex-ministro do Meio Ambiente) e Eduardo Bim (ex-presidente do Ibama) foram coniventes com a exportação ilegal de madeira, favorecendo interesses alinhados com o governo Trump.

Segundo a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Projeto de Lei nº 2159/2021 — conhecido como “PL da Devastação” — “limita a responsabilidade do empreendedor diante dos danos causados ou agravados pelo próprio empreendimento, inclusive em grandes obras que pressionam serviços públicos ou incentivam o desmatamento e a grilagem”. A aprovação deste projeto poderá agravar ainda mais a destruição ambiental, sobretudo na Amazônia.

Não à toa, os Estados Unidos abriram uma investigação comercial contra o Brasil. Entre as justificativas, consta que o país “parece não aplicar de forma eficaz as leis e regulamentações destinadas a impedir o desmatamento ilegal, prejudicando a competitividade dos produtores americanos de madeira e produtos agrícolas”.

Minérios estratégicos e soberania nacional

Em março, Donald Trump assinou um decreto que ordena a ampliação da produção de minérios críticos e terras raras nos EUA. No Brasil, o encarregado de negócios da Embaixada norte-americana, Gabriel Escobar, demonstrou interesse direto nos recursos minerais estratégicos brasileiros. Em reunião com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), ele reforçou a intenção dos EUA em estabelecer parcerias nesse setor.

Como resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma firme defesa da soberania mineral brasileira durante evento em Minas Novas (MG), no último dia 24. Vale lembrar que o Brasil possui vastas reservas de minérios estratégicos como o nióbio, essencial para indústrias de alta tecnologia e armamentos, além de já explorar terras raras em estados como Minas Gerais e Goiás. No entanto, muitas dessas reservas ainda inexploradas estão localizadas em regiões sensíveis, como a Amazônia.

O Brasil vive um momento decisivo. Proteger nossos recursos naturais, nossa soberania e os direitos das populações tradicionais deve estar acima de interesses estrangeiros e das alianças políticas predatórias.

Pelo veto ao PL da Devastação!

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